terça-feira, 10 de abril de 2012

"GAUDE ET LAETARE, VIRGO MARIA, ALLELUIA, QUIA SURREXIT DOMINUS VERE, ALLELUIA”





           
Padre Rui Rosas da Silva


Nunca deixou Cristo de cumprir qualquer promessa que tenha feito. A sua Ressurreição foi uma delas. Mas de todas talvez a que menos entenderam os apóstolos. Tinham visto Cristo fazer várias ressurreições. A última, do seu amigo Lázaro, que morrera há dias e o seu cadáver se encontrava já em putrefacção. No entanto, uma coisa é ter poder para ressuscitar um morto, outra, muito diferente, é ressuscitar-se a si mesmo, depois de se ter morrido.


Os apóstolos estavam completamente descrentes desta possibilidade, reveladora de um poder insuspeitado por parte de quem a conseguisse realizar. Cristo, cuidadosamente, repetiu-lhes várias vezes que assim iria suceder. Parecia-lhes uma hipótese de tal modo inviável que não Lhe deram ouvidos, ou melhor, não O entenderam, não pensaram nessa hipótese, passando-lhes ao lado a promessa do Mestre.


Acresce ainda que Jesus, para ressuscitar, teve primeiro de morrer ignominiosamente no Calvário, contado entre malfeitores, desacreditado, quanto à sua fama, ao seu poder e à sua honra. Morrer numa cruz não era uma prova evidente de que o Galileu, que tanta gente atraiu para Si, não passava de um embusteiro? Ou seriam os chefes religiosos dos judeus tão maldosos e incompetentes que pedissem a condenação à morte mais vergonhosa daqueles tempos para Cristo?

Decerto que tudo isto poderia ter passado pela cabeça dos apóstolos. Mas mais os feria ainda outro facto, que não eram capazes de perceber: Jesus, que sempre saíra vitorioso dos embates com os chefes judeus, encontrava-se ali numa cruz, cheio de feridas e de ultrajes. Não reagira a nenhuma destas contrariedades. Pelo contrário, sempre Se manteve em silêncio, não protestando e deixando que os seus condenadores agissem da forma que melhor lhes aprouve.

Não seria que toda a sua força e dinâmica realizadora de tantos milagres espantosos se finara? E o que dizer da sua simples e incisiva capacidade oral de desfazer os argumentos contrários com que O atacavam, a não ser que se sumira no abismo da sua dor e da sua incapacidade.




Na Cruz, Cristo aparecia como um derrotado total, sem possibilidade de reacção.Quando a morte O tocou, o que haveriam de concluir aqueles galileus que O seguiram de tão perto, tudo largando e tudo deixando para andar com Ele? Ao fim e ao cabo, o que observavam era a linguagem do falhanço completo, tal como Ele lhes dissera várias vezes: o Filho do Homem "será entregue aos gentios, será escarnecido, ultrajado, cuspido; e depois de O flagelarem, O matarão… (Lc 18, 32-33).

Por isso, dois discípulos de Jesus, que se encaminhavam, desalentados, para a sua terra de Emaús, estavam cabisbaixos, remoendo o desalento brutal que atacava a alma como uma seta dolorosa. E, pior ainda, um dos doze apóstolos, Tomé, não foi capaz de acreditar numa aparição do Senhor já ressuscitado aos companheiros. A sua opinião sobre a impossibilidade da ressurreição é determinada e seca: "Se não vir nas suas mãos a abertura dos cravos, se não meter a minha mão no seu lado, não acreditarei" (Jo 20, 25).

Toda esta falta de fé nas palavras de Cristo seria mais desculpável se Ele nada tivesse dito sobre a sua ressurreição. Mas afirmou-a de forma clara, tão meridiana como a sua previsão da morte. Voltando ao texto de Lucas citado, ele termina assim: "… e ao terceiro dia, ressuscitará".

A verdade que Jesus ensina é tão perfeita como a perfeição de Deus, que Ele é. Não nos engana nem nos quer enganar. Sempre diz a verdade e tudo o que diz cumpre-se, porque a sua vontade tem a omnipotência de Quem é omnipotente. A Ressurreição é, por esta razão, um facto indesmentível. Compete-nos aceitá-La, porque para Deus nada é impossível. E alegremo-nos com o nosso Deus que tem tal poder e o derrama com serena providência sobre toda a humanidade de todos os tempos.

A devoção a Maria pode transformar-se numa verdadeira escola de aprendizagem da nossa confiança em Deus, porque ela nunca pôs em causa a Ressurreição do seu Filho. Peçamos-lhe a Fé, que sempre precisamos, para ver a realidade com olhos sobrenaturais.

(Pe. Rui Rosas da Silva – Prior da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa in Boletim Paroquial de Abril de 2009, selecção do título da responsabilidade do autor do blogue)

Publicada por Spe Deus   em Domingo, Abril 08, 2012

STF PODE AMPLIAR CASOS DE ABORTO. DIANTE DA AMEAÇA BISPOS DEFENDEM A VIDA




Contra permissão para aborto de bebês com anencefalia, tanto o cardeal Dom Odilo Scherer quantos alguns bispos do Brasil estão se manifestando publicamente por meio dos veículos católicos, especialmente, como ACI Digital.

Cardeal Dom Odilo Scherer:“É preconceituoso e fora de propósito afirmar que a dignidade da mãe é aviltada pela geração de um filho com anomalia; tal argumentação pode suscitar, ou aprofundar um preconceito cultural contra mulheres que geram um filho com alguma anomalia ou deficiência; isso sim, seria uma verdadeira agressão à dignidade da mulher.”

Dom Orani João Tempesta:“Eu faço um apelo aos senhores Ministros do STF para que possam refletir sobre esta enorme responsabilidade que têm, primeiramente em defender a própria Constituição Brasileira, que valoriza a vida em todas as circunstâncias; depois, sua responsabilidade em relação à História, pois todos seremos julgados sobre as decisões que tomamos.”

Dom Alberto Taveira:“Nossa convicção é muito clara e muito forte de que não há qualquer argumento que justifique o aborto diretamente provocado. Nossa manifestação é diametralmente contrária porque nos baseamos no Mandamento da Lei de Deus e numa clareza do Magistério da Igreja em toda sua História.”

Dom Fernando Arêas Rifan:“Pela porta do povo não se consegue porque a esmagadora maioria do povo é contra a legalização do aborto; pelo executivo não haverá essa tentativa; pelo legislativo ainda não se conseguiu, então, tenta-se agora o Judiciário. É uma porta pela qual vão tentar entrar.”

Dom José Antonio Peruzzo:“Pedimos aos senhores Juízes do Supremo Tribunal Federal que a vida não seja desrespeitada e que nessa Casa o primeiro direito de todos, que é o direito de viver, seja contemplado e apreciado. Que Deus os ilumine senhores Juízes do STF”.

Dom Dimas Lara Barbosa:“No caso específico dos anencefálicos, primeiramente é preciso que se diga que a própria terminologia é inadequada. Não é verdade que a criança não tenha cérebro, pois se assim o fosse ela seria natimorta. O que acontece são graus diferenciados de má-formação em partes do cérebro que, sim, vão dificultar e muito uma vida normal dessas crianças mas que, de forma alguma, permitem que elas sejam qualificadas como “cadáveres”, como “seres inanimados”. 

Dom Antônio Augusto Dias Duartes:“Diante da questão ponderada pelos ministros do STF a respeito das crianças que estão se desenvolvendo no útero materno com mal-formação denominada anencefalia, eu, como bispo auxiliar do RJ e também como médico, compreendo perfeitamente todas as circunstâncias que envolvem esta gravidez. Porém, por cima de todas elas, existe uma realidade que é intocável: em primeiro lugar, a dignidade da maternidade feminina, que dá à nossa sociedade a certeza de que qualquer ser humano, independentemente de suas circunstâncias de saúde ou circunstâncias sociais é amado desde o útero materno.”

Dom Airton José dos Santos:“Aos Ministros do STF e a todo o povo do Brasil, nós defendemos o direito à vida de todas as pessoas. Acreditamos naquilo que deve ser feito por aqueles que têm autoridade no País, neste caso, os juízes do STF: a vida humana não se restringe aos anos que vivemos nem ao tipo de vida que levamos. A vida humana é vida humana, independentemente de qualquer condição. Nós devemos protegê-la, favorecê-la e dar-lhe condições para que seja valorizada e respeitada. Não importa se ela há de durar um minuto ou cem anos”. 

Dom Jacyr Francisco Braido:“Este apelo eu quero dirigir aos Ministros do Supremo Tribunal Federal para que repensem este assunto. Dirijo-me também a todos os cidadãos brasileiros para que se manifestem em favor da vida, acima de tudo. Temos que tomar muito cuidado com certos passos que vamos dando de forma inconsequente e que levam, ao final, a comprometer a existência humana e a disponibilidade das mulheres em gerar novos filhos para a sociedade contemporânea.”

Dom Henrique Soares:“É como filho da humanidade, como filho da pátria brasileira e como bispo da Igreja que eu peço a atenção dos senhores Ministros e peço ao povo brasileiro que não baixe jamais a guarda na discussão dessas questões. E que grite em defesa dos grandes valores humanos que forjaram e que norteiam nossa sociedade, nossa cultura”. 

Obs: o título é de nosso blog. Texto inicial de Wagner Moura.